Atletas da FABR unidos em um único objetivo: O combate ao racismo no esporte

O ano de 2020 alterou os planos de todos e trouxe a possibilidade de refletir sobre novos caminhos para a construção de uma sociedade melhor. E o Futebol Americano praticado no Brasil, mesmo sendo uma parte pequena desta sociedade, faz parte dela e, principalmente, do âmbito esportivo nacional.

Nas últimas semanas, a conscientização internacional de que nossa sociedade não trata todos os seus membros de forma igualitária ficou bastante visível após os protestos diante do brutal assassinato de George Floyd, nos EUA, e de João Pedro, no Brasil. A luta pelos direitos civis, naquele país, já tem um histórico extenso, remontando à década de 50 e 60, marcada por ícones como Rosa Parks, Martin Luther King e Malcom X.

Nos EUA, esses avanços, ainda insuficientes, mas significativos, realmente são resultado da luta de uma minoria populacional, já que os negros são 15% da população total. No Brasil, no entanto, negros e pardos já são mais de 50% temos a impressão que não conseguimos avançar nas conquistas e na representatividade, muito por conta da sociedade extremamente racista que temos no Brasil.

Os esportes, ao longo de décadas, sempre foram um veículo de protesto e conscientização de massas para a luta contra o racismo. Desde os Panteras Negras, no famoso gesto de punhos cerrados ao ar nas Olimpíadas do México em 68, até Colin Kaepernick ajoelhando nos campos da NFL há quatro anos, os esportes construíram imagens icônicas que serviram de inspiração para a contínua luta contra o racismo.

Hoje, a luta virou a famosa hashtag #BlackLivesMatter e #VidasNegrasImportam. Mas quanto tempo dura uma hashtag. Com o intuito de não deixar esta efeméride efêmera, mas sim algo concreto e perene, um conjunto de personalidades do futebol americano nacional decidiu lançar um conjunto de ações para que, a partir do retorno às atividades, a realidade do FABR possa ser diferente e, quem sabe, servir de exemplo para a sociedade. Esta ação foi inspirada no já existente Observatório do Racismo no Futebol, lançado em 2014.

Além deste manifesto de conscientização geral, queremos acolher e encorajar as vítimas de racismo para que saibam que não estão isoladas e que, além dos integrantes iniciais deste manifesto, as organizações do FABR, bem como seu próprio time, estarão ao seu lado para apoiá-lo.

Treinos e jogos onde ofensas raciais não sejam uma possibilidade e o convívio equânime, justo e saudável seja uma realidade é o grande objetivo.

Por isso, um manual de como proceder, formalmente, uma denúncia de racismo foi divulgado conjuntamente com este manifesto, e pode ser acessado aqui. O objetivo é tornar público os casos de discriminação, contabilizá-los e somá-los à iniciativa nacional do Observatório da Discriminação Racial no Futebol. Além disso, servirá como histórico dos casos em nossa modalidade e, esperamos, como uma demonstração viva e prática da luta contra o racismo por parte do futebol americano nacional.

Se temos que ir além das hashtags e se não basta não ser racista, mas sim ser antirracista.

Chegou a hora de colocar a ação acima das hashtags

O Observatório Racial do Futebol abre suas portas para o Futebol Americano, numa parceria em prol do combate ao racismo dentro das jardas brasileiras. Com um grupo formado por diversos atletas, dirigentes, técnicos e outras pessoas envolvidas com o Futebol Americano no Brasil, o Observatório do Racismo no FABR surge como um espaço para promover diálogo para abordar o racismo e também para monitorar e denunciar casos de racismo que ocorram no esporte da bola oval.

Apoie essa campanha pela mudança, pelo combate ao racismo e pela construção de uma sociedade democrática, justa, solidária, fraterna e igualitária.

Assine nosso manifesto em: http://chng.it/nRC8wfYdJK

Acesse e leia nossos “Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol” 2014201520162017 e 2018 com os casos de preconceito e discriminação no esporte brasileiro aqui

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