TJD-SP suspende árbitro acusado de machismo em jogo do Paulista Feminino
Atletas do São Paulo e do Bragantino dizem terem presenciado falas discriminatórias de Juliano José Alves Rodrigues, que nega acusação
O TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) de São Paulo suspendeu preventivamente o árbitro Juliano José Alves Rodrigues. Atletas do Bragantino e do São Paulo relataram terem presenciados falas machistas do juiz durante partida entre as duas equipes na última quinta-feira, pelo Paulista Feminino.
A zagueira Stella, do Bragantino, disse que ouviu do árbitro a seguinte frase: “Na hora certa, vou te pegar”. Nesse momento, ela fez o gesto com os braços em X, como indica o protocolo da Federação Paulista de Futebol para casos de discriminação.
A meio-campo Aline Milena, do São Paulo, saiu em defesa da colega do time rival e também contou ter sido alvo de machismo do árbitro.
Ao ge, Alves Rodrigues negou as acusações e que buscava o “controle disciplinar” da partida.
– O que quis dizer, no jargão do futebol, é que, numa próxima oportunidade eu daria o cartão – afirmou Juliano, sobre o fato de que, segundo ele, Stella já tinha feito reclamações reiteradas com a equipe de arbitragem.
Apesar do gesto feito por Stella, o árbitro decidiu não paralisar a partida, como determina o protocolo. Além dele, também foi suspenso o quarto árbitro, Ricardo Bittencourt da Silva.
Na semana passada, após o episódio, a FPF informou, em nota, que está apurando o caso:
“A Federação Paulista de Futebol informa que recebeu com atenção e seriedade os relatos das atletas Stella, do Red Bull Bragantino, e Aline Milene, do São Paulo, após a partida entre as duas equipes realizada nesta quinta-feira (15), pelo Paulistão Feminino Sicredi.
A FPF não tolera, sob nenhuma circunstância, atitudes preconceituosas, discriminatórias ou desrespeitosas dentro ou fora de campo. Toda manifestação contrária aos valores de igualdade, respeito e integridade será apurada com rigor.
Acolhemos as manifestações das atletas com o devido respeito e já iniciamos uma apuração detalhada dos fatos. O futebol paulista é e deve ser um espaço seguro, inclusivo e respeitoso para todas as pessoas envolvidas.”
Acesse e leia nossos “Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol” 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023 com os casos de preconceito e discriminação no esporte brasileiro aqui
Fonte: GE