STJD deve julgar caso de injúria racial no Gauchão de Futsal na próxima semana

Atlântico e Guarany, de Espumoso, travam disputa no tribunal após caso de injúria racial na semifinal. Por conta disso, campeonato de 2024 ainda não chegou ao fim

Caso aconteceu no dia 30 de novembro, em Espumoso.
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O Gauchão de Futsal de 2024 pode estar perto de ter um desfecho. Isso porque, na semana que vem o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) deverá julgar o caso de injúria racial que aconteceu na semifinal entre Guarany e Atlântico, em Espumoso. O fato gerou uma briga nos tribunais e deixou a competição sem a definição do segundo finalista.

Conforme o presidente da Liga Gaúcha de Futsal, Nelson Bavier, as partes aguardam a intimação, que pode acontecer até sexta-feira (31). A expectativa é que o caso seja julgado pelo STJD até a próxima quarta-feira (5).

Relembre o caso

O julgamento tem sido muito aguardado para dar fim à competição do ano passado. Guarany e Atlântico se enfrentavam pelo jogo de volta da semifinal, no Ginásio Módulo Esportivo, em Espumoso, no dia 30 de novembro. O Atlânticio venceu no tempo normal por 4 a 1 e forçou a prorrogação.

No tempo extra, o placar estava 1 a 1. Até que, faltando 50 segundos para o fim do primeiro tempo, o jogo foi interrompido. Um dos torcedores do Guarany chamou o goleiro João Paulo, do Atlântico, de “macaco”. Jogadores e comissão técnica do Galo teriam identificado o agressor e alegaram que a segurança do ginásio nada fez para o deter. O time de Erechim resolveu abandonar a quadra antes do fim da partida.

O caso gerou uma grande repercussão. Após a partida, o técnico do Atlântico, Paulinho Sananduva, revelou que alguns atletas estavam chorando no vestiário. O goleiro João Paulo também ficou bastante abalado e registrou boletim de ocorrência ao sair do ginásio. O torcedor foi identificado e a Polícia Civil abriu investigação sobre o caso. Ele foi denunciado por injúria racial, podendo pegar prisão de dois a cinco anos de prisão.

O caso foi parar no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD). Em primeira instância, o órgão decidiu punir o Atlântico por ter abandonado a partida com a perda de três pontos e, consequentemente, a eliminação. Com isso, o Guarany ficaria com a vaga, mas teria a perda do mando de quadra de dois jogos, além de multa de R$ 10 mil. O torcedor que ofendeu o goleiro João Paulo, foi proibido de frequentar ginásios por 720 dias.

Os dois clubes recorreram da decisão. O Galo foi contra a eliminação, enquanto o time de Espumoso tentava reverter a perda do mando de quadra. No dia 11 de dezembro, o Pleno do TJD julgou os recursos e absolveu o Atlântico de abonar a partida. Ainda aumentou a multa do Guarany para R$ 20 mil e optou por dar seguimento ao jogo, a partir dos últimos segundos do primeiro tempo da prorrogação, com portões fechados.

Insatisfeitos com a decisão, os clubes voltaram a recorrer. Porém, com a chegada do fim do ano, não havia mais tempo hábil para realizar os jogos, nem mesmo as finais. A Yeesco Futsal, que já estava com a vaga garantida na final e aguardava o desfecho, deu férias para os seus atletas. O STJD entrou em recesso e o caso ficou para 2025.

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Fonte: GZH