Reunião com delegados e fiscais detalha papel do Observador de Intolerância nas partidas do Gauchão Série A2
A Federação Gaúcha de Futebol – FGF realizou, na tarde desta segunda-feira (12), reunião técnica preparatória com delegados e fiscais de partida visando o início do Gauchão Série A2 2025. O encontro ocorreu no auditório da FGF e tratou sobre a implementação do Observador de Intolerância durante toda a competição.
Estavam presentes no evento o secretário-geral, Mauro Rocha, o diretor jurídico, Gilson Kroeff, o diretor financeiro, Marcelo Ducati, o diretor de segurança e ouvidor geral de competições, Rogério Stumpf, e membros do departamento de competições. Também participaram a socióloga da Odabá – Associação de Afroempreendedorismo e coordenadora do projeto Protocolo Zero: Fim de jogo para o Racismo, Nina Fola, o diretor-executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho, e o procurador do TJD/RS – Dr. Renan Eduardo Cardoso.
O Gauchão Série A2 2025 será a primeira competição da FGF a contar com um Observador de Intolerância em cada partida, com o intuito de auxiliar árbitros e árbitros assistentes em casos de discriminação e racismo. A escolha do profissional e suas atribuições será de responsabilidade do Observatório Racial no Futebol.
– É uma inovação, no sentido de ter a FGF parceira nesse processo junto com os clubes e pensando, até mesmo, em uma punição administrativa, caso seja necessário. O árbitro sozinho não é capaz de identificar um ato racista, então ele vai ter a colaboração de um observador. Esse é um processo novo que visa não só a punição, mas também entendermos o que é um estádio de futebol, em 2025, em um campeonato de Divisão de Acesso. A gente quer estádios com ambientes mais seguros – destacou Marcelo.
O encontro teve como objetivo alinhar procedimentos entre os diferentes agentes envolvidos na organização e condução da competição. A reunião tratou, em um primeiro momento, sobre questões administrativas referentes ao departamento de competições e ao TJD/RS.
Na sequência, ocorreu palestra ministrada pela socióloga da Odabá, Nina Fola. Ela enfatizou a atenção às vitimas de racismo e o enfrentamento às resistências recebidas pelo tema.
– Estamos abordando vários elementos desses ecossistemas do futebol. Potencializando diversos elementos para que a gente possa ter várias formas de operar. É uma rede de apoio que estamos criando. Estamos diversificando as formas de proteção e construindo uma rede de proteção às vítimas de racismo. Fico muito feliz em ampliar esse debate e receber o apoio que talvez há dois ou três anos atrás não receberíamos – finalizou Nina.
O diretor-executivo do Observatório Racial no Futebol, Marcelo Carvalho, abordou a necessidade de promover debates antirracistas com frequência.
– Estar aqui é reforçar algo que a gente vem lutando há muito tempo. Você não consegue combater o racismo se você não falar o que é o racismo, e não adianta falar só uma vez. Você precisa reforçar isso a todo momento para que as pessoas entendam que o racismo é uma tecnologia moderna que sempre se atualiza – finalizou Marcelo.
Acesse e leia nossos “Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol” 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023 com os casos de preconceito e discriminação no esporte brasileiro aqui
Fonte: Federação Gáucha de Futebol