Polícia Civil indicia três torcedores do Inter por injúria racial no Gre-Nal

A Polícia Civil indiciou três torcedores do Inter por crime de racismo, na forma de injúria racial, contra gremistas no Gre-Nal disputado no Beira-Rio, em 19 de outubro. A pena prevista é de dois a cinco anos de reclusão e multa.

Segundo a polícia, foram ouvidas seis vítimas e cinco testemunhas, que relataram que os torcedores passaram a mão no braço e apontavam para os gremistas negros no espaço visitante do Beira-Rio.

Além disso, os relatos foram que os colorados imitaram macaco, indicaram uma separação de negros e brancos na torcida e fizeram falas de que a torcida do Grêmio era racista e que torcedores negros não deviam estar ali. As vítimas também relataram que foram chamadas de “preto” e “macaco”, tudo conforme a polícia.

Em interrogatório, os investigados afirmaram que os gestos não tinham caráter racista, além de negarem terem proferido as ofensas alegadas. O indiciamento ocorreu baseado nos depoimentos das vítimas e testemunhas e das gravações disponibilizadas.

 

Dois boletins de ocorrência haviam sido registrados sobre o caso, que ficou sob responsabilidade da delegada Tatiana Bastos, da Delegacia de Polícia do Combate à intolerância (DPCI) .

Confira a nota da Polícia Civil:

“No dia 19 de outubro de 2024, durante partida do jogo GRENAL no Estádio Beira-Rio, três torcedores do time Internacional realizaram, por diversas vezes, gestos que consistiam em ficar passando a mão no braço, ao mesmo tempo que apontavam para torcedores negros que estavam na torcida do Grêmio, além de proferirem ofensas de cunho raciais. Os atos foram filmados por testemunha e pelas vítimas, sendo registradas duas ocorrências policiais sobre o fato.

Assim que tomou conhecimento dos fatos, a Autoridade Policial titular da Delegacia de Polícia do Combate à Intolerância, Delegada Tatiana Bastos, instaurou procedimento policial para apuração dos fatos, dando início imediato às investigações policiais por racismo. Durante as investigações foram identificadas e ouvidas 6 (seis) vítimas e 5 (cinco) testemunhas, onde foi possível apurar que, além dos atos acima informados, foram realizados gestos de imitação de macaco, de separação de negros e brancos na torcida e falas de que a torcida do Grêmio era racista e que torcedores negros não deviam estar ali. As vítimas também relataram que foram chamadas de “preto” e “macaco’.

O Centro de Comando de Operações do Estádio foi oficiado para fornecimento das imagens das câmeras de segurança do Estádio Beira-Rio, os quais apresentaram informações e as imagens das câmeras de segurança da identificação e do acompanhamento de 2 (dois) suspeitos até o Posto Policial instalado no Estádio Beira-Rio. O outro suspeito foi identificado durante o trâmite do expediente policial. Em sede de interrogatório, os investigados afirmaram que os gestos não tinham caráter racista, além de negarem terem proferido as ofensas alegadas.

Com o fim das investigações os suspeitos foram indiciados pelo crime de racismo, na forma de injúrias raciais, previstas no artigo 2ª-A, caput, da Lei 7.716/89. O indiciamento foi baseado nos depoimentos das vítimas, as quais foram uníssonas em afirmar a ocorrência dos fatos e seu caráter racista, cotejadas com os depoimentos de testemunhas e das gravações disponibilizadas.”

Acesse e leia nossos “Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol” 201420152016201720182019202020212022 e 2023 com os casos de preconceito e discriminação no esporte brasileiro aqui

Fonte: GE