Time feminino do Grêmio se retira de jogo com River após caso de injúria racial; assista
Árbitro expulsa seis jogadoras do River Plate, o que acaba a partida porque o time argentino fica sem quantidade mínima de atletas
O jogo ficou cerca de 30 minutos paralisado no fim do primeiro tempo após o gol de empate do Grêmio. Uma confusão iniciou no gramado e se estendeu por parte das jogadores do River Plate a um gandula. Uma atleta fez gestos de macaco na direção do profissional.
Dois gandulas foram ouvidos ainda no estádio e foram para a delegacia para prestar depoimento. A zagueira Brito e o preparador físico Thales de Oliveira foram como testemunhas, acompanhados da coordenadora Patrícia Gusmão. Quatro jogadoras do River envolvidas, acompanhadas de dirigentes, também foram ouvidas na delegacia. A organização da Ladies Cup também se fez presente.
Segundo a técnica do Grêmio, Thaissan Passos, na transmissão do jogo, as atletas do time argentino já haviam cometido injúria racial contra as gremistas.
– Na verdade as atletas da equipe adversária chamaram as meninas de macaca, de “negrita”. Houve o caso com o gandula, e as meninas não aceitaram, ele está aqui trabalhando. Desde o início do jogo acontece essa situação. Vim representar minhas atletas, situações como essa não podem ficar acontecendo. Até quando vamos ficar fingindo que não tem racismo, machismo – disse Thaissan para a transmissão do sportv.
– Para a gente não tem condições nenhumas de jogo. Não é simplesmente voltar e jogar. É tranquilizar as meninas para ter um pouco de dignidade. O 1 a 1 classificaria o Grêmio. Fomos agredidos moralmente, está na televisão, todo mundo viu.
A arbitragem expulsou seis jogadoras do River Plate pela confusão. A goleira Esponda, a zagueira Camila Duarte, a lateral-esquerda Cángaro, as volantes Candela Díaz e Julieta Romero e a meia Milagros Diáz receberam o cartão vermelho.
Com o empate em 1 a 1, o Grêmio se classificou para a final da Ladies Cup e encara o Bahia na decisão.
Acesse e leia nossos “Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol” 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023 com os casos de preconceito e discriminação no esporte brasileiro aqui
Fonte: GE