Conheça a história de Cathy Freeman que uniu a Austrália nos Jogos Olímpicos de Sydney

Cathy Freeman Wins 400m Gold - Sydney 2000 Olympics

Cathy Freeman Wins 400m Gold – Sydney 2000 Olympics

De todas as 16 medalhas de ouro que deram à Austrália o quarto lugar nos Jogos Olímpicos de Sydney 2000, de longe a mais festejada foi a da corredora Cathy Freeman nos 400 metros rasos. O estádio olímpico (com lotação recorde de 112 124 espectadores) veio abaixo e o país inteiro vibrou. Mas nenhum coração bateu mais forte que o dos aborígines, que há 60 000 anos habitam a Austrália e fascinam o mundo com suas 80 línguas, suas superstições e seus instrumentos curiosos, como o bumerangue. Na comemoração de encerramento dos jogos – mesmo no interior remoto da Austrália, onde parte deles ainda vive –, grandes grupos deixaram os arbustos e se aglomeraram na frente das TVs, nos bares e em outros locais públicos, para celebrar a vitória de Cathy.

Filha de pai e mãe aborígines, ela teve sua avó sequestrada, quando criança, por ocidentais que a criaram achando que a estavam “salvando da barbárie” – como era costume pensar no país até os anos 60. Cathy transformou-se em uma heroína vibrante dessa gente sem lar. Tirados de suas terras no século passado, transformados quase todos em moradores pobres das cidades e alvo de um preconceito, através de Freeman deram passos decisivos para reconquistar a dignidade dentro da sociedade australiana. ““Somos cidadãos de terceiro mundo num país do primeiro””, disse, na época, o então líder aborígine Trevor Close, fundador da entidade tribal Githabul. Até 1967, nenhum aborígine tinha direito de cidadania australiana. Era como se não existissem, embora seu número estivesse crescendo depressa e fossem de 420 000 pessoas, 2% da população total do país.

Cathy não foi alçada ao Olimpo por acaso. Sem se envolver diretamente na política, ela não esconde o orgulho que tem por sua origem. Desde que pisou pela primeira vez em pistas internacionais e conquistou a primeira medalha de ouro, aos 16 anos de idade, Cathy se esforça para apressar a reconciliação entre seu povo e os demais australianos. Nas Olimpíadas de Sydney ela acendeu a tocha olímpica na abertura dos jogos, cerimônia durante a qual o público viu uma encenação do “Tempo dos Sonhos”, nome que os aborígines dão ao seu mito da criação do mundo. Um sinal de que a Austrália talvez estivesse começando a se orgulhar do seu passado aborígene – que o colonialismo inglês por pouco não apagou da história no século passado.

Cathy Freeman, atleta australiana especialista nos 400 metros rasos. Foi a primeira atleta aborígene a representar a Austrália nos Jogos Olímpicos (Atlanta 1996) e a vencer o Campeonato Mundial de Atletismo (Atenas 1997). Ainda é seu o recorde da Oceania nos 400m com a marca de 48 segundos e 63 centésimos conquistado em 29 de julho de 1996 nos Jogos Olímpicos de 1996.Em 2000 teve a honra de acender a Pira Olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Sydney.

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